Secretaria da Educação do Estado encerra ciclo de atividades sobre o período da Ditadura no Brasil

Após três dias de evento, no Complexo Cultural dos Barris, o ciclo de atividades do projeto Ditadura Militar – Direito à Memória: 50 anos do golpe de 1964, promovido pelas secretarias da Educação e de Cultura do Estado, em parceria com a Fundação Pedro Calmon, foi encerrado nesta sexta-feira (4/04) com oficinas, palestras, exibição de filmes, apresentação de trabalhos científicos, feira de livros e a intensa participação de professores e estudantes da rede pública estadual da Bahia.

Uma das principais atividades do dia, o debate: Mortos e Desaparecidos: responsabilidade do Estado atraiu a atenção de estudantes e educadores da capital e do interior do Estado. A discussão, coordenada pelo deputado federal Nilmário Miranda e pelo jornalista baiano e assessor do gabinete pessoal da Presidência da República, Carlos Tibúrcio, abordou a experiência de luta dos ex-militantes políticos e o debate travado pela Comissão da Anistia para que se faça justiça.

 

Fotos: Suâmi Dias Ascom/Educação

“Conhecer a história da Ditadura é uma maneira de fortalecer a democracia em nosso país. Um dia, o que os estudantes vieram aprender aqui e o trabalho da Comissão da Verdade vai ser ensinado na escola”, declarou o deputado Nilmário Miranda, sobre o debate. “Fico muito feliz de ver a Secretaria da Educação e a Secretaria de Cultura se mobilizando para difundir esse conhecimento, porque um povo que não conhece a sua história pode ser levado a cometer erros do passado”, completou Carlos Tibúrcio.

Para Rafaela Ferreira da Silva, que acabou de concluir o ensino médio no Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães, em Juazeiro, norte da Bahia, a atividade permitiu ampliar os seus conhecimentos e a sua visão crítica sobre a ditadura. “Foi ótimo, uma experiência nova na qual pudemos discutir e aprender bastante. Nos fez conhecer um momento recente da história que muita gente não conhece. Além disso, é um estímulo para que a gente tenha uma maior participação política, até na comunidade”.

Professora de História no Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães, em Juazeiro, Márcia Galvão Souza destacou a importância do contato dos estudantes com os personagens que viveram no período da Ditadura. “Esse é um momento salutar, principalmente pelo contato dos estudantes com pessoas que vivenciaram esse período. Além disso, ao realizar um evento desse tipo e convocar a participação dos professores, a Secretaria da Educação dá, também, uma demonstração de valorização do nosso trabalho”.

Ciclo de Atividades – De acordo com a assessora do gabinete da Secretaria da Educação, Tânia Miranda, a ideia é que o projeto tenha continuidade, com o planejamento de visitas e discussões em escolas de todo o Estado até o final do ano para atender uma solicitação dos estudantes. “Nós nos surpreendemos com o envolvimento dos estudantes, que tiveram uma participação efetiva em todos os dias do evento, questionando, expressando suas opiniões e cobrando a continuidade das discussões”, revelou.

Segundo Tânia Miranda, uma das atividades mais procuradas pelos estudantes foi a oficina de grafite. O estudante Michelson Santos de Oliveira, 16 anos, aluno do 2º ano do ensino médio no Colégio Estadual Senhor do Bonfim, no bairro dos Barris, em Salvador, disse que gostou muito da atividade. “A oficina de grafite foi com o que eu mais me identifiquei. É importante passar para os jovens o que aconteceu há muito tempo e, por meio do grafite, também posso passar uma mensagem que conscientize as outras pessoas”, frisou o estudante.

 

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