III Fórum de Educação Quilombola discute ações estruturantes para a área

Discutir a estruturação das ações para a educação quilombola no Estado. Este é o objetivo central do III Fórum de Educação Quilombola, evento realizado pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, juntamente com o Fórum de Educação Quilombola, que acontece até quarta-feira (13/11), no Hotel Vilamar, em Salvador. O encontro foi aberto oficialmente nesta segunda-feira (11/11) e conta com a participação de professores, coordenadores e gestores das redes públicas estadual e municipal de ensino, além de pesquisadores da área e representantes de universidades, movimentos sociais e integrantes de comunidades quilombolas.

“Apesar de existirem as diretrizes nacionais, a Bahia sai na frente com a criação das diretrizes estaduais para educação quilombola, já aprovadas pelo Conselho Estadual de Educação,” destaca a superintendente de Desenvolvimento da Educação Básica da Secretaria da Educação do Estado, Amélia Maraux. Ela afirma, ainda, que a partir deste momento, é possível definir os conceitos pedagógicos para a formação de professores e produção de materiais didáticos “para que a gente possa qualificar a oferta da educação escolar quilombola na rede estadual”.

O doutor em antropologia Fábio Lima, que ministrou a palestra de abertura, “Educação Escolar Quilombola: conquistas e desafios contemporâneos”, destacou a importância do debate. “É, antes de tudo, uma política de ação afirmativa. É você reconstruir uma história que foi lapidada sob um olhar eurocêntrico”, considerou.

Entre as participantes, estava a professora Suzane Fagundes da Silva, do ensino fundamental da Escola Municipal de 1º Grau de Tijuaçu,  comunidade quilombola localizado a 22km do município de Senhor do Bonfim. “É importante termos essa preparação de educadores para atuarem nestas regiões. A comunidade de Tijuaçu tem quase 6 mil habitantes e não tínhamos professores prontos para ensinar a cultura e valor do quilombola. A partir destas diretrizes, vai ser obrigatório o ensino deste conhecimento”, afirmou.

Outra professora, a educadora social Hilta Costa Araújo, da comunidade quilombola Lage dos Negros, em Campo Formoso, fala da importância da realização do fórum. “Eventos como esse nos dá a oportunidade de trazer à tona nossa realidade e mostrar que temos que possuir um olhar diferenciado para a questão da educação quilombola”, disse.

Outras temáticas como: Infraestrutura nas Escolas Quilombolas: transporte, alimentação escolar e construção de escolas; Relações de Gênero, Raça e Educação Especial nos Quilombos; Estratégias para Efetivação/Implementação da Educação Escolar Quilombola; Saúde da População Negra e Educação Quilombola; Intolerância Religiosa e Educação Quilombola também serão discutidas durante o fórum.

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